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domingo, 22 de abril de 2012

Mal educado.com

Por Cledenilson Moreira - Pedro Velho
Retrato dos estudantes de nossas escolas. Com muito desinteresse em aprender para ter sucesso na vida e garantir sua inserção no mercado de trabalho, a fim de obter um bom emprego e um melhor salário, os alunos fazem feio no seu lado comportamental em sala de aula. Não obstante, chegam atrasados e preparados para ouvir músicas no celular e marcar encontros amorosos durante a aula; escrevem de forma satisfatória da lousa para o caderno, com o fone no ouvido e plugados no celular escondido na roupa ou embaixo da carteira. O celular que deveria ser usado mais para atender as necessidades tornou-se quase totalmente, mero brinquedo de diversão.
  Com efeito, chegam a entrar na sala de aula pulando a janela e jogando livros e caderno; isso quando levam o livro para a escola. O olhar é atento, ao lado de fora da sala, em direção ao pátio da escola, durante as explicações. A utilização do celular e outros meios eletrônicos como: ipod, ifone, mp3 e mp4 é absolutamente mal educada. Os estudantes definitivamente acreditam que “sabem usar” esses aparelhos modernos e barulhentos em todos os ambientes. Na sala de aula, desconhecem a função “silencioso” e quando o celular toca, parece um trio elétrico puxando bloco de carnaval com a pior das músicas agitadas no último volume. Isso quando é somente um celular, mas na verdade é um “atrás” do outro e, às vezes, vários ao mesmo tempo dando para comparar a uma festa rave. Quando não é na sala de aula, ficam desfilando nos corredores e janelas das escolas como um arrastão eletrônico fazendo barulho aula por aula.
Não é falta de educação, é um caso sério de má educação. Nessa perspectiva, estamos diante de um país que discursa a melhoria da educação para se desenvolver, por outro lado, acaba retrocedendo, uma vez que o aprendizado na escola confronta-se com o aprendizado dos meios eletrônicos. Vivemos um período de “nanomania” sem controle entre os estudantes. É observável que os alunos não sabem usar o celular adequadamente aos ambientes de sociabilidade. O telefone móvel toca alto e contínuo na escola, em sala de aula, na missa, em reuniões, festas, praças, fóruns, bibliotecas, grupo de estudos, órgãos públicos, hospitais e até funerais. Com a integração dos celulares na internet e a expansão das redes sociais, o problema se agravou. Agora as pessoas de qualquer lugar postam uma foto ou vídeo, com ou sem pudor, do celular diretamente ao mural das redes sociais. E os professores e a escola ainda não estão preparados para transformar essa tecnologia em conteúdo pedagógico, embora haja projetos bem sucedidos do uso adequado do celular na sala de aula. O que se questiona aqui é o uso inadequado.
Portanto, podemos dizer que as operadoras de telefones móveis oferecem um grande benefício aos cidadãos disponibilizando o sinal de celulares em todo o país. Isso é muito bom para as comunicações e necessidades das pessoas, no entanto, esqueceram de educar as pessoas a usarem os aparelhos de forma consciente e sociável. Mas a culpa não pode ser atribuída apenas às operadoras que se preocupam somente com o lucro de cada recarga; é preciso um aprendizado coletivo por meio de uma campanha unindo, operadoras, escolas, mídia e família, no sentido de conter essa avassaladora “onda nanomânica” para que as pessoas possam, pelo menos, conversar, trabalhar, ver televisão, estudar, ministrar aula, celebrar missa, dormir sossegado e até “descansar” em paz.

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